Atalaia

Esta é uma obra de ficção baseada em eventos históricos, concebida como forma de homenagear a cidade do Rio de Janeiro no mês do seu aniversário.


O sol nasce mais uma vez sobre a Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro. Já perdi a conta dos dias e noites que fiquei de vigia sobre esse monte, velando pelas almas que se espalham a perder de vista. Essa fortaleza – a da Conceição – onde agora me encontro, foi erguida em função dos acontecimentos terríveis que afligiram essa freguesia no Ano da Graça de Nosso Senhor de 1711.

— Casa arrombada, trancas à porta, não é o que diz a voz do povo?

Se tivesse sido construída ao menos um ano antes tudo teria sido diferente e tantas vidas poderiam ter sido poupadas. Como a de João Antônio, meu pai.

Éramos em cinco. Ele, minha mãe, duas irmãs e esse que vos fala. Vivia-se bem, com as rendas que o pequeno comércio da família produzia. Morávamos na Rua da Quitanda, próximo ao cruzamento que fazia com a Rua do Gadelha, num sobrado erguido a muito custo e pago, em sua maior parte, com o dinheiro trazido pelo jovem casal ao deixar o Reino em busca da fortuna que prometiam ser abundante na florescente colônia do Brasil.

A memória por vezes prega-me peças, já que tudo aconteceu há tempos. Portanto, se estiver faltando com a verdade é mais por lembrar de forma enganosa dos eventos que estou a narrar do que por má índole. Em 1710 eu era um rapazote na casa dos 15 anos, forte o suficiente para cuidar do transporte e manejo das cargas de bacalhau, queijo e vinho que nos enviavam de Lisboa e aportavam nos trapiches colados ao velho mercado. Trabalho do qual não me orgulhava. Via de regra, os demais comerciantes delegavam esse tipo de tarefa a seus escravos que, por sermos pobres, não tínhamos condições de comprar. Em contrapartida, gostava de perambular pelas docas, porque era ali que as novidades, vindas principalmente da Europa, aportavam. E foi ali que circulou uma notícia de proporções alarmantes, trazida por marítimos que chegavam de portos distantes. Um corsário francês, de nome Duclerc, já conhecido pelos ataques a navios portugueses perpetrados nas costas do Pernambuco, pretendia agora saquear o Rio de Janeiro.

Lembro até hoje da expressão tranquila de meu pai ao ouvir os relatos do perigo que se aproximava. Ele vencera mar e terras para chegar até onde estava e não seria um aventureiro qualquer que iria lhe tomar o que tão duramente conquistara. Era noite fechada. Antevendo o teor de minha fala pela expressão estampada em meu rosto, ordenara que D. Joaquina, minha mãe, levasse as meninas para outro cômodo. Ficamos eu e ele sob a luz malcheirosa de uma vela de sebo. Contei-lhe, afogueado, as novas como as escutara. Após alguns instantes, ele ergueu-se em silêncio e abriu um velho baú. A princípio não percebi o que saíra de lá. Vi apenas o brilho acobreado de um objeto metálico que meu pai tinha em mãos. Com ar matreiro, ele olhou bem nos meus olhos, deu uma piscadela e disse, sem alterar a voz:

— Será que esse francês gosta de chumbo?

Dito isso, depositou sobre a mesa, que ainda guardava vestígios de nossa última refeição, o bacamarte que recebera de meu avô ao deixar a quinta onde morava para aventurar-se no além-mar.

Alcançou-me uma garrafa vazia e mandou que fosse ao andar debaixo, onde ficava a adega, a buscar um tanto de vinho do porto. Ao me aproximar da escada, ouvi em alto e bom som a seguinte recomendação:

— Tira da pipa boa, não daquelas que servimos aos fregueses!

Ao voltar, vi que limpava a arma com olhar nostálgico. Pegou duas xícaras de louça, remanescentes do enxoval de casamento, serviu-as e deu-me uma. Bebemos em silêncio. Nunca havia visto o velho João assim. Parecia emocionado pela solenidade do momento. Eu não percebi na hora, mas essa singela cerimônia significava, para ele, que seu filho tornara-se um homem.

Em agosto, o troar longínquo de uma salva de canhão anunciou que alguém se aproximava da barra. Pelo costume, o recém-chegado deveria responder, descarregando suas armas para demonstrar seus propósitos pacíficos.

Um pesado silêncio pairou no trapiche onde me encontrava. Todos ficamos imóveis, aguardando a resposta que não veio. O torpor só foi quebrado pelo fragor das baterias que disparavam contra o provável agressor. Um só nome correu de boca em boca:

— Duclerc!

Apressei o carregamento que estava realizando e tornei à casa. Lá encontrei a todos apreensivos, em especial minha mãe, que se benzia repetidamente com um terço na mão. A pedido de meu pai, corri ao Largo do Carmo em busca de notícias.

O alvoroço tomara conta de uma multidão que saíra as ruas com o mesmo propósito que o meu. As versões não podiam ser mais desencontradas. A composição da frota invasora variava de dez a quinze naus, dependendo de quem contava a história. Seu poder de fogo era tal que seria capaz de varrer a cidade do mapa numa piscadela. Ao serenarem os ânimos descobri que eram cinco apenas e foram detidas na entrada da baía. Frustrados em sua manobra, os salafrários partiram rumo ao sul, para local, até então, desconhecido. Depois, soube que desembarcaram na Ilha Grande. No mês seguinte, passaram a Guaratiba e de lá tomaram o rumo da cidade por terra.

Ao tomar conhecimento das intenções do inimigo, O Vaca – alcunha pouco lisonjeira pela qual chamávamos o governador da capitania – ordenou que se organizasse a defesa da Vila. Ressabiado pelos constantes dissabores a ele atribuídos por seus governados, meu pai tratou de tomar providências por conta própria. Aferrolhou as portas e janelas da venda e fez barricadas sobre elas. Antes de concluir a clausura, ordenou-me que buscasse pedras de bom tamanho:

— Não menores que teu punho nem tão grandes que não possa erguê-las.

Concluídos os preparativos, nos reunimos na parte superior de nossa fortaleza, municiados, providos para aguentar a um cerco, se necessário, e dispostos a vender caro nossas vidas.

No dia do ataque, estava no meu turno de vigilância, atento a tudo que se passava na rua. Inclusive a quietude incomum por estar vazia. Gritos de alerta soaram ao longe e foram se aproximando. Eram os moradores que iam comunicando de suas sacadas e janelas os acontecimentos sangrentos que se desenrolavam para os lados da casa do governador. Passei adiante o recado e avisei ao pessoal da casa para se prepararem.

Em instantes, os alaridos do combate ficaram muito próximos. Já era possível distinguir entre ordens, urros de dor, estampidos e o tinir das armas. Os gritos de agonia cresciam assustadoramente. Um tropel anunciou a passagem de um magote de patrícios e brasileiros que fugiam em desabalada carreira. Eram os sobreviventes do grupo entrincheirado nas cercanias da rua do Gadelha e que haviam sido batidos pelos franceses. Corriam para salvar suas vidas.

Estava debruçado sobre o gradil do balcão, preso ao frenesi daquela cena. Despertei ao sentir o peso da mão de meu pai sobre meu ombro. Com um puxão preciso, ele evitou que minha cabeça fosse atingida por uma bala de mosquete, que cruzou sibilante ante meus olhos e foi alojar-se numa das paredes da sala. O destacamento que atacara os entrincheirados agora via-se livre para tomar as estreitas ruas da região e não se fazia de rogado. O sucesso dos primeiros assaltos deve tê-los cegado, pois corriam ensandecidos em busca de novas vítimas. Entorpecido pelo susto, vi meu pai tomar meu lugar, assestar pontaria e disparar. Foi como se todos aguardassem o sinal. Das casas partiram os mais diferentes tipos de projéteis. Alguns inusitados, como um urinol bem recheado, que atingiu em cheio o pelotão e os fez abrir uma clareira. Acredito que o choque da reação inesperada devolveu a eles a luz da razão. Enraivecido, um homem com ares de comandante reorganizava seus comandados vociferando numa língua para mim desconhecida. Não precisava entender o que dizia para saber que se preparavam para revidar.

Enquanto meu pai recarregava a arma, um grupo, atendendo as determinações do líder, começou a forçar as portas da venda, localizadas bem abaixo de onde me encontrava. Incontinenti, catei uma das pedras de bom tamanho e deixei que a gravidade fizesse seu trabalho. O som oco e algo úmido de um crânio rachando é raro de se ouvir. Na ocasião, soou como música aos meus ouvidos.

O embate prosseguiu por algumas horas, o suficiente para que aqueles infelizes percebessem que não éramos os cordeiros mansos, fáceis de tosquiar, que imaginavam. De minha janela enxergava um extenso trecho da via, coalhado de sangue e corpos abandonados pela horda em fuga. Estávamos exultantes por nossa façanha e os brados que se ouviam por todos os lados eram agora de alegria.

Muitos de nós perderam a vida nessa batalha. Casas foram saqueadas, mulheres violadas. Consolava-nos saber que Duclerc sofrera uma derrota vergonhosa, contudo ansiávamos por reparação. Queríamos vê-lo balançando sobre um patíbulo. No entanto – pasmem! – O Vaca concedeu-lhe o privilégio da prisão sob palavra. E o cúmulo dos cúmulos. Acomodou-o numa residência situada próxima a nossa. Não é de admirar que passados seis meses o povo cordial da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro deu a ele o merecido destino, assassinando-o.

Findo o período de euforia pela vitória, a vida quase retomou seu ritmo normal. Digo quase por que no fundo sabíamos que a cobiça que motivara Duclerc não fora extinta com sua morte. Outros viriam, era uma questão de tempo. Só não esperávamos que chegassem tão rápida e sorrateiramente.

Em meados de agosto do ano seguinte, começou uma intensa mobilização das forças de defesa, incluindo o aumento dos efetivos nas fortalezas que guarneciam a entrada da barra. A chegada de quatro naus fortemente armadas sob o comando de Maquinez, um experiente lobo-do-mar, trouxe um grande desassossego à vila, visto que certamente não estavam ali por acaso. Precavido como sempre, meu pai tratou de reforçar as trancas da casa, bem como dotá-la de ardis destinados a confundir os assaltantes e facilitar nossa fuga em caso de necessidade. Também passou a manter um fardo de palha seca no vão da escada que levava ao piso superior. Por último, trocou a vela votiva, de tamanho ordinário, que mantínhamos sempre acesa no oratório dedicado à Nossa Senhora dos Mercadores, por uma lamparina de azeite. A gravidade dessas medidas só compreendi no momento em que se fez necessário utilizá-las, como derradeiro recurso.

Nos primeiros dias de setembro correu a boca miúda que uma poderosa esquadra fora avistada por pescadores nos arredores da ilha de Sant’Anna, a qual fica nas proximidades do Cabo Frio.

Tudo indicava a iminência do ataque. O governador reforçou ainda mais os efetivos e ordenou que Maquinez posicionasse seus navios de modo a impedir, ou ao menos retardar, o ingresso dos vasos de guerra nas águas da baía.

Não sei se por acaso, destino ou sagacidade dos invasores, nada aconteceu. Os dias se passaram em angustiada espera pelo pior e nada. Convicto de que se tratava de um falso alarme, O Vaca ordenou a retirada das tropas de suas posições e o retorno de Maquinez ao porto.

Lembro que um vento forte soprou naquela noite de 11 de setembro e que na manhã do dia 12 os navios chegaram sem que as fortalezas da entrada da barra ao menos intentassem detê-los. Muitos só se inteiraram do que ocorria ao ouvir o troar dos fogos que trocavam com a bateria do Forte de Villegagnon. Favorecidos pela sorte, os agressores lograram atingir o paiol de pólvora da guarnição, causando um número considerável de baixas e destroçando o único foco de resistência encontrado até então. Antevendo a derrota e o apresamento de sua diminuta frota, Maquinez a levou para a Ponta da Misericórdia, onde ordenou aos marinheiros que ateassem fogo a ela.

Não demorou para que o Baluarte de Santo Antônio fosse tomado. A partir dele, que deveria defender a cidade de investidas como essa, o inimigo deu início a um pesado bombardeio contra a Fortaleza de São Sebastião e as posições defensivas instaladas no Morro de São Bento.

Dois dias depois soubemos que uma formidável força terrestre desembarcara nas praias do Saco do Alferes. A situação tornava-se cada vez mais crítica e já percebia claros sinais de preocupação na sempre serena face de meu pai. Também era evidente nossa incapacidade de fazer frente ao poder avassalador das tropas comandadas por Duguay-Trouin, o corsário que dizia querer vingar a morte de Duclerc.

O pânico efetivamente se instalou quando a população percebeu que membros das tropas que deveriam protegê-la deserdavam covardemente. O comandante francês intimou o governador a capitular sob ameaça de bombardear a cidade. Em resposta, O Vaca abandonou tudo e todos, indo refugiar-se no Engenho Novo dos Padres Jesuítas. Apavorados por não ter quem os defendesse, boa parte dos moradores seguiu seus passos e buscou abrigo por lá.

Temendo pela segurança da família, meu pai fez com que minha mãe e irmãs se juntassem aos vizinhos que batiam em retirada, levando apenas alguma matalotagem e uns poucos pertences. Nunca esqueci do abraço apertado de minha mãe. Nem de seus olhos marejados, com os quais deixou transparecer a emoção que, inutilmente, tentava ocultar. Ao se apoiar em mim para subir na carroça, acariciou meus cabelos e disse:

— Cuida de teu pai. Voltaremos o mais brevemente possível e ficaremos juntos para sempre.

Acompanhamos o lento afastar da coluna de fugitivos até que ficasse fora de vista. O pesar da separação durou pouco, suplantado pelo sentimento de urgência trazido pelo perigo que roía nossos calcanhares. Retornamos à casa e imaginei que faríamos dela um ponto de resistência. Perguntei se deveria juntar pedras novamente. Enquanto abria o fardo de palha e despejava seu conteúdo, meu pai retrucou sem virar a cabeça:

— Dessa vez não bacorinho. Se ficarmos aqui a morte é certa.

A mando de meu pai, aprestei nossas tralhas de modo a levar o mínimo possível. Como no ano anterior, o tumulto causado pelas refregas soava cada vez mais perto. Não havia como escapar pela frente. Prevendo essa eventualidade, fora providenciada uma passagem que levava para o exterior, oculta de quem estivesse na rua, atravessando o espaço existente entre as casas lindeiras aos fundos da nossa. Passei por uma portinhola escamoteada pelas barricas, aberta numa das paredes da adega, e fiquei aguardando. Não entendia a demora de meu pai, nem os ruídos que vinham do interior do armazém. Parecia que ele estava lavando o chão. Ao perceber sua aproximação, recuei para lhe dar espaço. Ele segurava numa das mãos um grosso barbante, que se estendia para fora do alcance de minha visão. Ia perguntar para qual finalidade serviria aquilo e ele, ríspido, mandou que fechasse minha matraca.

Em instantes começaram as pancadas nas portas da frente, que logo vieram ao chão. Um bando de corsários invadiu o recinto atabalhoadamente. Os degraus de madeira da escada rangeram sob o peso de não sei quantos passos. Outros tantos continuaram entrando. Alguns passaram rente ao nosso esconderijo, sem se aperceber de nossa presença. Ao julgar que o número de saqueadores era o suficiente, aquele velho ladino deu um puxão no barbante, cuja outra ponta estava amarrada na lamparina, fazendo com que ela despencasse sobre a palha previamente arranjada para recebê-la. A chama débil tornou-se lavareda. Dali, espalhou-se rapidamente, alimentada pelo óleo de peixe com o qual meu pai “lavara” o assoalho. O fogaréu os colheu de surpresa. Dessa vez, a casa passara de fortaleza a arapuca e os gritos de desespero confirmavam que poucos escaparam ilesos de suas garras incandescentes. Quanto a nós, evadimos em segurança pela passagem secreta e fomos nos juntar a um destacamento que guarnecia uma trincheira aos pés do Morro do Castelo. Éramos na maioria civis, decididos a fazer aquilo que O Vaca se recusara. Defender o que tínhamos de mais precioso. Nossa honra.

O sol brilhava forte e o céu estava limpo. Um prenúncio da primavera que estava as portas, assim como o grupamento que nos atacou. Ao soar o sinal de alarme, postei-me ao lado de meu pai e nos posicionamos na primeira linha de defesa. Dessa vez, além do arcabuz, ele trazia uma lembrança conquistada durante a luta do ano passado: um mosquete.

Formávamos uma dupla formidável. Ele, com sua exímia pontaria, ia fazendo baixas entre os atacantes. Eu municiava as armas com extrema rapidez. Para agilizar o preparo, não utilizávamos a vara para socar a pelota e a bucha no fundo do cano. Ele simplesmente batia a coronha no chão com força e estava pronto para o disparo. Essa manobra aumentava a cadência de tiro e nos oferecia uma pequena vantagem.

Aguentamos o quanto foi possível. Devido a superioridade numérica, o inimigo logo estava sob nossas barbas. O primeiro a cair foi meu pai, atingido por um disparo que lhe colheu em cheio no peito. Na sequência um facínora escalou a barricada e fez menção de vir ao meu encontro. Eu recém municiara o bacamarte e, movido pela urgência do momento, disparei à queima-roupa. Sobre o corpo do companheiro abatido passaram muitos outros. A última coisa de que me lembro é de empunhar a arma como uma clava e brandi-la cegamente. A seguir um estampido, um golpe seco na testa e uma sensação de ardência pelo corpo. Por fim, a escuridão.

Morri pensando ser o fim de tudo. Que a cidade seria arrasada ou convertida na capital da França Antártica. Ao exalar o último suspiro, senti os dedos de D. Joaquina afagando minha cabeça ao dizer adeus. Hoje sei que era o jorro do sangue ainda morno escorrendo entre meus cabelos.

Acordei no coração de um Rio de Janeiro completamente diferente daquele que deixara. A cidade crescera. Continuava portuguesa, todavia ostentava ares de corte, não de colônia. Desde então tenho vagado invisível e esquecido por entre essa gente de modos tão diversos daqueles que conheci quando vivo. Inicialmente permaneci nas imediações da casa onde morara, na esperança de reencontrar minha mãe, que prometera voltar. Ao perceber que a promessa fora vã, passei a vagar nos entornos do Largo do Carmo e dali para mais além. Vi a aclamação de D. Pedro, os festejos da independência e a Proclamação da República. Acompanhei com desmedida tristeza o desmonte do Morro do Castelo, lugar que defendi com a minha vida! Esse golpe foi especialmente duro por saber que a barbaridade não foi levada a cabo pela artilharia francesa, mas pelas mãos daqueles que agora se intitulam cariocas. Dói-me a alma saber que ninguém lembra dos sacrifícios que fizemos para garantir a posse da terra onde vivem.

O sol começa a descambar no horizonte, anunciando outra noite de vigília. Por mais que o tempo passe, eu permaneço aqui, velando pelas almas que se espalham ao redor do Morro da Conceição. Eu sou o espírito do povo da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Comentários

  1. Parabéns por retratar de forma intrigante esses violentos embates dos primórdios do Rio de Janeiro!

    ResponderExcluir
  2. Valeu Alexandre! Escrever esse conto foi um grande desafio, mas também muito gratificante.

    ResponderExcluir
  3. Fala mestre. Nossa, que obra maravilhosa e como você escreve bem. Parabéns!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Por favor, seja gentil!

Postagens mais visitadas deste blog

Recém-casados

Não corra papai

Prematuro