Dia de colheita

Zeca era um menino sadio e feliz, na faixa dos seus onze anos de idade. Vivia com a família numa casa simples e sem maiores preocupações. Como era comum na década de 1960, passava boa parte do dia na rua jogando bola, andando de bicicleta, brincando de polícia e ladrão, essas coisas que as crianças de hoje em dia já não fazem mais. Talvez por ser assim tinha a alma pura e tranquila. Pelo menos até o dia em que, num final de tarde, atravessou o corredor, abriu a porta e entrou no dormitório que dividia com mais dois irmãos. Antes que pudesse acender a luz viu nitidamente, envolto pela semiobscuridade, a figura de um homem - pelo menos foi o que lhe pareceu - vestido com uma longa túnica e um capuz a cobrir seu rosto. A aparição parecia flutuar no ar e isso lhe deu a impressão de estar olhando para um enforcado. Apavorado Zeca correu em direção a sala para contar a seus pais que havia alguém pendurado sobre sua cama. Infelizmente ninguém pode lhe da...