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Recém-casados

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Quem segue os causos que conto sabe que sou gaúcho e moro na Tijuca, no Rio de Janeiro. Quem não sabia, agora ficou sabendo! Próximo ao edifício onde fica meu apartamento há uma padaria, na qual sempre que posso tomo um café-com-qualquer-coisa para encerrar o expediente. Desde o caso da Festa de Aniversário fiquei conhecido por aqui e é comum alguém se aproximar pedindo conselhos ou querendo relatar suas próprias experiências. Foi o que aconteceu com um dos socorristas que trabalha no quartel de bombeiros próximo. Chegou acanhado, pediu licença para sentar. Era um moço alto, forte, curtido de sol, cuja atitude retraída não combinava com o porte altivo. Olhei resignado - prefiro bebericar meu café em silêncio -, assentindo com a cabeça. Ofereci uma xícara, que prontamente aceitou. Esqueceu de colocar açúcar, mas rodava a colher de plástico absorto em pensamentos. Finalmente tomou coragem para perguntar: — De qual parte do Rio Grande do Sul o senhor vem? — De Canoas, na grande Porto Ale...

O matador de lobisomens

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Esse causo que lhes conto é tido como verídico, embora os nomes tenham sido trocados para resguardar a identidade dos envolvidos. Foi pras bandas de Bagé, numa estância grande, próxima à fronteira com o Uruguay. Uns dizem que se passou na década de 40 do século passado, outros que foi antes. Pouco importa, porque no interior do meu Rio Grande o tempo tem uma medida diferente e as cousas demoram a se modernizar. Perdido na imensidão do pampa, próximo ao Rincão das Mulas, havia o rancho de um peão de nome Teixeira. Gaudério talhado a facão, mais grosso que dedo destroncado, mui apegado à família. Dona Nena, a esposa, e três piazotes completavam o conjunto. O primogênito respondia por Abelardo. Idolatrava o pai e queria porque queria crescer para ser um taura macanudo como ele. Teixeira tinha uns hábitos pouco convencionais, digamos assim. Era dado a fanfarronices. Por ocasião das carreiras organizadas pelo bolicheiro da vila colocava seu alazão para correr. O c...