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O Homem de Branco

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Quem transita pelo centro do Rio de Janeiro já deve tê-lo visto. Um homem magro, mais alto que a maioria de nós, sempre calado. Passaria despercebido não fosse por um detalhe. Veste uma longa túnica branca, encimada por uma espécie de turbante. Malgrado sua aparência extravagante, não chama a atenção dos transeuntes, talvez por estarem tão acostumados a sua presença que é como se estivesse incorporado à paisagem. A primeira vez que o vi estava sentado numa pedra, debaixo de uma árvore, próximo a confluência da Av. Marechal Câmara com a Churchil. O sol escaldante dava o tom do típico verão carioca e, aparentemente, ele buscara a sombra para descansar. Eu morava no Rio há alguns meses e gostava de andar a pé para admirar os contornos de uma cidade muito maior do que aquela na qual sou nascido e criado. Perambulava atento a tudo e, talvez por isso, aquela figura desconcertante tenha despertado em mim um vívido interesse. Na ocasião eu estava com pressa. Seguia para o Santos Dumont e prete...

Espírito de Natal

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Se não me falha a memória, faz uns quatro anos que passamos o último Natal sem incidentes. O fenômeno teve início em 2018, creio que na segunda semana de dezembro. A partir daí passou a acontecer sempre na mesma época. Começou fraco, na hora eu não reparei, ou não quis acreditar que fosse real, o que é o mais provável. Estava sentado na poltrona da sala, bebericando cerveja enquanto respondia mensagens no celular. Uma sensação desagradável tomou conta do meu peito. Sem razão aparente, olhei para a janela. Era noite, quase não se via o lado de fora. Por um instante vi o brilho fugaz de dois luzeiros. Julguei ser um gato e voltei a zapear o aparelho. Fiquei cismado com a distância entre os pontos luminosos. Lembro de pensar que devia ser um bicho enorme e que não haviam gatos daquele tamanho na vizinhança. Não era um animal, hoje sei disso. Demorou para que eu aceitasse essa simples verdade. No ano seguinte aconteceu de novo. Vi claramente um par de olhos que me vigiava da rua. Dessa vez...

A presença da solidão

Esse causo é mais recente. Aconteceu comigo quando morava num apartamento localizado no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Isso lá pelos idos de 2010 se não estou enganado. Se você veio até esse blog e está lendo essa matéria, presumo que aceite a existência de um mundo sobrenatural e de pessoas sensitivas, mesmo que em diferentes graus. Pois então. Saibam todos que eu tenho uma certa sensibilidade à presença de desencarnados. Não vejo coisas, mas é comum estar em algum lugar e de repente sentir a presença de alguém, que fisicamente não está ali. Já morava nesse apartamento tempo suficiente para saber porque o aluguel havia sido tão em conta. O lugar era um ponto de passagem de almas como eu nunca havia sentido antes! As sensações eram tão nítidas que eu podia escutar claramente passinhos de criança correndo pelo corredor - sendo que eu morava sozinho nessa época - bem como a "movimentação" do pessoal pela casa. Certa noite estava eu curtindo um filme na TV quand...