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Mostrando postagens com o rótulo Caboclo Chicotada

Olho por Olho

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  Vista do alto, a Floresta Amazônica parece um imenso tabuleiro verde, recortado por um emaranhado de rios e áreas alagadas. Esses mananciais são tão vitais para a manutenção da vida quanto os recursos oriundos da terra, pois é deles que os habitantes tiram seu sustento. Por isso não é de estranhar que a água ocupe lugar de destaque no imaginário das diversas raças que tentaram dominar esse reino indomável. E quem desdenha o conhecimento que emana desse saber coletivo corre o risco de se tornar vítima das circunstâncias por pura ignorância dos costumes locais. Tomemos como exemplo o caso do Caboclo Chicotada, homem de corpo e alma calejados pela vida na selva. Na cidade seria desdenhado por ser analfabeto e desconhecedor das etiquetas ditas civilizadas. No seio da mata, entretanto, é o companheiro que todos desejam ter, principalmente em momentos de aperto, graças a sabedoria natural adquirida pela experiência, convívio com os filhos da terra e incontáveis aventuras. Suas estórias...

Paulo Cattelan participa de antologia do terror

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  Foto divulgação da editora Boneless Foi com muita satisfação, orgulho e alegria que recebemos a notícia que o conto Olho por Olho foi  selecionado para integrar uma coletânea nacional de contos de terror sobrenatural com ênfase no folclore brasileiro. Trata-se da antologia Pátria Amada, Terror! , uma iniciativa da Editora Boneless -  uma casa editorial totalmente dedicada ao terror e ao sobrenatural - que com essa iniciativa busca encontrar autores nacionais que adotam essa temática para evidenciar o quanto de horror ainda falta ser explorado em nossas lendas e crenças, espalhadas pelos quatro cantos do País.  Após um processo seletivo que contou com uma expressiva adesão de interessados, foram selecionados textos inéditos de vinte autores nacionais, sendo que cada autor participa com um conto. O processo de editoração encontra-se bastante adiantado e o lançamento da obra está previsto para o início de setembro deste ano. Quanto ao nosso conto, posso dizer a...

O Encantado Barbudo

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  O folclore amazônico é único, seguramente um dos mais belos e ricos dentre as diversas regiões brasileiras. Aqui, como em nenhum outro lugar, se amalgamaram os saberes e as crendices de três grandes grupos étnicos: o do indígena (natural habitante do lugar), o do branco colonizador e o do negro africano escravizado. Talvez isso explique a miríade de entidades que povoam não só a floresta, mas sobretudo o imaginário dos que ali vivem - extraindo da terra, e principalmente da água - o sustento para si e suas famílias. Embora grande parte das estórias transmitidas da boca de uma geração para o ouvido da próxima seja fruto do medo e da superstição, há manifestações reais de forças sobre as quais se conhece muito pouco, cujas evidências, entretanto, não podem ser ignoradas. Tomemos como exemplo o caso do Caboclo Chicotada, homem de corpo e alma calejados pela vida na floresta e versado nas artes do sobrenatural. Na cidade seria desdenhado por s...

O estranho caso da velha que explodiu

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O Amazonas é lugar de vastas florestas e grandes mistérios. Já estivemos por lá algumas vezes e sempre voltamos com histórias para contar.  A de hoje já foi publicada noutro blog que administro, mas é tão estapafúrdia que merece ser contada novamente. Prometo aumentar um ponto e continuar aumentando sempre que repetir o conto. Deixemos os rodeios de lado para irmos direto ao causo, recolhido numa mesa de bar entre um copo de cerveja e meia dúzia de outros. Dizia o sujeito do outro lado da mesa que há muito tempo viveu lá pros lados de Varre Vento o Caboclo Chicotada. De origem incerta - alguns dizem que ele era filho de boto e outros de cobra - o certo é que era um mateiro valente, hábil no uso do tessada (facão), versado nas artes da mandinga e capaz de enfrentar qualquer misura (assombração) sem pestanejar. Certa feita estava o Caboclo Chicotada em Manaus, negociando uma partida de pirarucu salgado que trouxera para vender na capital, quando soube que uma velha senhora, sua conte...