O homem de vermelho
Josias era um pão duro renomado. Sua fama se estendia além dos limites do bairro onde morava, tal a sofreguidão com a qual tentava amealhar fortuna. Tentava, porque além de sovina Josias era uma alma pobre em todos os sentidos. Nunca arranjara emprego por se considerar bom demais para ser funcionário de alguém. Nunca iniciara um negócio próprio porque a palavra trabalho não fazia parte do seu vocabulário. E tinha delírios de grandeza o Josias. Em sua imaginação não havia outro tão sabido como ele próprio. Armava esquema sobre esquema para arrancar algum cobre dos incautos, sem sucesso. Quem seria ingênuo o suficiente para confiar em suas garantias? Corria atrás de quem tinha prestígio, dinheiro, ou de preferência os dois, tentando fazer amizade. Até concorreu a vereador convencido que a mamata seria farta. Concorreu, mas não se elegeu. Quem seria tolo o suficiente para acreditar em suas promessas? Era tão ofuscado por essa falsa idei...