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Seu Olavo

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Meu sogro era uma figura ímpar. Amazonense criado solto na imensidão da floresta, acabou aprisionado na cidade grande, onde enraizou-se para constituir família, sem nunca esquecer sua origem e seu passado. Falava com paixão das aventuras mirabolantes - jurava serem verdadeiras! - vividas antes de abandonar o torrão natal. Chamava-se Olavo e transcrevo da maneira mais fiel possível este relato que, jurava ele, aconteceu tal e qual está dito. Desde cedo Olavo levava uma existência solitária, envolto pelo ambiente selvagem que o circundava. Órfão de mãe, vivia com o pai na casa dos avós. Cresceu sob os cuidados de uma tia, afamada benzedeira, com quem aprendeu o que sabia a respeito das artes do sobrenatural. Talvez sob influência dela ou predisposição inata, desenvolveu a capacidade de ver e sentir coisas que aos demais passavam desapercebidas, uma habilidade que o livrou de várias agruras ao longo da vida e o meteu em outros tantos apuros. Certa feita, ainda meninote, um enorme sapo ver...

Andarilhos

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Após lerem o causo da Visagem Noturna (clique aqui para ver) alguns leitores assíduos do blog enviaram  relatos de suas experiências com esse tipo de entidade a quem chamamos Andarilhos por sua característica de estarem sempre de passagem. Aliás, chamou a atenção a semelhança de alguns desses encontros, de modo que sintetizamos todos em três causos. Como sempre, os nomes foram alterados para preservar a privacidade dos envolvidos.  Se você quiser ver sua história aqui no Memento Mori é só mandar para nós! Na estrada Na época em que ainda eram noivos, Anderson e Fernanda decidiram aproveitar o  fim de semana para visitar uma tia dela que morava em Ipiabas, um distrito de Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro, que até hoje é um destino turístico cujo principal atrativo é a tranquilidade. No sábado a noite, como não havia muitas opções de lazer por ali, os dois resolveram ir até a sede do munícipio para dar uma volta e...

A criança na carroça

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  Esse causo era contado por minha tia, que atualmente já se encontra do outro lado da existência, criando suas próprias histórias de assombração. No início do século XX, meu avô - pai da minha tia - tinha um armazém de secos e molhados no atual bairro Alto Petrópolis, em Porto Alegre. O armazém ficava na parte mais alta de uma grande subida e era ponto de parada dos carreteiros que transportavam mercadorias para os lados da Chácara das Pedras e até para as bandas do Passo do Sabão, já em terras do Arraial de Viamão. Naquela época era comum que o mesmo prédio abrigasse o comércio e a residência do comerciante. Também não havia creches e a frequência na escola não era obrigatória, de modo que meus tios e tias foram alfabetizados em casa. Por tudo isso era normal que estivessem sempre juntos, brincando entre as prateleiras. Certo dia um dos tantos carreteiros que costumavam parar por ali para dar uma folga aos animais - e molhar a goela com um trago de água que passarinho não bebe - ...

A presença da solidão

Esse causo é mais recente. Aconteceu comigo quando morava num apartamento localizado no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Isso lá pelos idos de 2010 se não estou enganado. Se você veio até esse blog e está lendo essa matéria, presumo que aceite a existência de um mundo sobrenatural e de pessoas sensitivas, mesmo que em diferentes graus. Pois então. Saibam todos que eu tenho uma certa sensibilidade à presença de desencarnados. Não vejo coisas, mas é comum estar em algum lugar e de repente sentir a presença de alguém, que fisicamente não está ali. Já morava nesse apartamento tempo suficiente para saber porque o aluguel havia sido tão em conta. O lugar era um ponto de passagem de almas como eu nunca havia sentido antes! As sensações eram tão nítidas que eu podia escutar claramente passinhos de criança correndo pelo corredor - sendo que eu morava sozinho nessa época - bem como a "movimentação" do pessoal pela casa. Certa noite estava eu curtindo um filme na TV quand...