Como nasce um fantasma


Apesar dos meus insistentes pedidos para que fosse mantido sigilo sobre o caso da Festa de Aniversário (clique aqui para ler) , a história se espalhou. Primeiro entre os moradores do edifício, depois para os conhecidos destes e, por fim, mais além. Como era de se esperar, essa repercussão indesejada trouxe consequências graves, com as quais eu não me sentia confortável em lidar.

Prova disso é que algumas semanas após o episódio se tornar público, recebi uma vídeochamada de um desconhecido. Ele se apresentou como sendo um morador da região serrana e explicou que o motivo da ligação era uma situação inusitada pela qual estava passando e necessitava da ajuda de alguém com experiência em assuntos relacionados ao outro mundo - palavras dele.

Inicialmente me esquivei do convite, mas ele foi insistente e parecia tão sincero em suas alegações que acabei por ceder. Combinamos que no domingo seguinte ele viria me buscar para juntos fazermos uma visita ao local onde o problema estava se manifestando.

Toda história tem, no mínimo, dois lados. Durante o trajeto pude conhecer a versão de Eduardo, a pessoa que me procurara em busca de ajuda.

A versão dos vivos

Eduardo era o mais velho de um total de quatro irmãos. Tiveram uma infância difícil. Ficaram órfãos de pai muito cedo, devido a um acidente fatal numa estradinha próxima do sítio onde moravam. A mãe falecera há um ano aproximadamente e eles decidiram vender a propriedade por um bom preço. Cada um pegara sua parte e seguira com a vida. Entretanto ...

Recentemente o comprador entrara em contato com ele querendo desfazer a compra. O motivo? A chácara era assombrada e ninguém o avisara desse detalhe. Irritado, encerrou a conversa com as seguintes palavras:

— Se soubesse do brinde que acompanhava a terra não teria fechado negócio!

O pior é que era verdade. A família toda sabia disso, mas nunca comentavam sobre o assunto com quem quer que fosse. O inquilino espectral sempre fora pacífico e não dera motivos para preocupação. Nem sabiam que aparência tinha, pois ninguém conseguira vê-lo inteiramente. Sabiam de sua existência pelos estranhos acontecimentos que ocorriam quase que diariamente. Objetos mudavam de lugar, portas fechavam ou abriam inesperadamente, essas coisas. Certa vez uma onça que estava rondando o galinheiro acabou por encurralar a caçula e outro irmão contra o cercado. Quando ia atacar estacou de súbito. Ambas as crianças juram que sentiram um ar gelado passar entre elas. Nesse momento a bicha abriu a bocarra e arranhou o nada com uma das patas. Em seguida, deu meia volta e sumiu na mata. Outra vez, no meio da cerração, ele mesmo viu uma silhueta que se movia sem fazer qualquer barulho.

De acordo com o relato do novo proprietário, agora a situação era bem diferente. Objetos eram arremessados violentamente contra ele, membros de sua família e agregados, numa frequência assustadora . Inclusive, e principalmente, ferramentas de corte, com o claro objetivo de ferir quem estivesse pela frente. Um de seus empregados já havia pedido demissão após ser atingido na cabeça por uma ferradura. Animais de pequeno porte morriam, aparentemente sem motivo. O leite das vacas azedava nos tarros e a produção da lavoura estava miseravelmente abaixo do esperado.

Essa era a situação e eu me perguntava o que poderia ter causado essa mudança tão abrupta no comportamento daquele ente espiritual. Não que isso fosse novidade, mas conhecer a causa é metade da solução.

Chegamos ao local no início da tarde. Enquanto nos aproximávamos da casa pude ver, ainda dentro do carro, surgir um vulto translúcido que começou a vagar pelo terreiro. Observei o motorista e constatei o que já imaginava. Para ele, o ente era invisível.

Após desembarcar, dei algumas voltas a esmo para me certificar que aquela alma perdida tinha conhecimento da minha presença. Ele me acompanhava atento, a partir de um telheiro que abrigava peças e equipamentos agrícolas. Havia se posicionado ao lado de uma mesa rústica, repleta de ferramentas, e me estudava com fúria no olhar. Sabia que escolhera aquele ponto por ter farta munição caso resolvesse me atacar. Segui para lá como se de nada soubesse, me aproximando devagar. Rapidamente ele pegou um martelo e fez menção de atirá-lo contra mim. Levantei a mão e falei com voz firme, olhando para o que deveriam ser os olhos daquela forma vagamente humana:

— Nem pense nisso!

Ele não esperava pela minha reação e ficou visivelmente desconcertado. Caminhei com passo firme em sua direção enquanto dizia:

— Será que não podemos conversar e tentar ser amigos?

Nesse meio tempo, alarmado pelo tom de minha voz, Eduardo correu para onde eu estava. Pedi que  mantivesse distância, pelo menos até que eu pudesse ter um panorama real da situação. Ele recuou e percebi que minha pretensa autoridade sobre outro humano teve um forte efeito no comportamento da entidade. Flutuando a poucos centímetros do solo, veio até mim e perguntou com sincera curiosidade:

— Que tipo de espectro é você?

Puxei um banquinho de três pernas, limpei o assento como pude, sentei e por fim expliquei que era um ser de carne e osso. Uma pessoa que tinha o dom de enxergar e conversar com os habitantes do mundo espiritual. Ele se aproximou até seu rosto ficar a poucos centímetros do meu. Podia sentir a frieza do ar que estava ao seu redor, bem como uma aura de tristeza profunda, mesclada com um sentimento de solidão difícil de definir. Era evidente que não conversava com quem quer que fosse há anos. E o fato de alguém poder vê-lo avivou seu interesse pela própria aparência. Começou olhando as mãos magras e ossudas. Depois os braços e o corpo, cobertos com o que restara de uma camisa fina e um blazer. Das pernas seguiu até chegar nos pés. A calça tinha mais buracos que tecido e os sapatos... Bem, um dia devem ter sido elegantes. 

Finda a autoanálise, ele sentou num toco que havia por ali e perguntou se eu gostaria de ouvir sua história.

— Certamente - respondi. - Estou aqui para isso.

O fantasma conta sua história

Quem me vê no estado lastimável em que me encontro atualmente não faz ideia da pessoa que já fui um dia. No lugar desses andrajos asquerosos que me fazem parecer o mendigo que sou, costumava usar roupas de marcas famosas. Andava sempre bem vestido, perfumado, limpo e arrumado. Minha aparência denotava o homem de sucesso que eu era.

Tudo mudou naquela noite fatídica em que parti para encontrar o meu destino. Estava no Rio de Janeiro e precisava ir ao encontro de um "cliente" que morava numa cidade do interior de Minas. Era sexta e o compromisso estava marcado para sábado pela manhã. Como de costume, festejei com meus amigos até altas horas. Tomei umas biritas além da conta e me despedi rindo, dizendo que voltaria ainda mais rico. Alguns presentes bem que tentaram me embarcar num carro de praça. Recusei por achar um acinte não confiarem na minha capacidade de dirigir bêbado.

O ponto de encontro era longe. Para chegar até ele precisei pegar uma rodovia com a qual não estava habituado. O mais sensato seria ter consultado um mapa. Isso certamente teria evitado que eu me perdesse e acabasse numa estrada secundária, no meio do nada. A embriaguez, o cansaço, a monotonia das grandes retas, enfim, o destino ou o acaso, contribuíram para o inevitável. A certa altura cochilei ao volante. Acordei com um baque surdo na frente do automóvel. Os próximos segundos foram um turbilhão de imagens alucinadas rodando a minha frente. Por fim o carro parou numa vala, com as rodas para cima. Tenho certeza disso porque lembro muito bem de estar parado ao lado dele vendo os pneus rodando no vazio. Apenas um farol continuava aceso. Não lembro como consegui sair daquela bola de metal retorcida. Se fosse religioso, diria que foi um ato de bondade de algum Ser superior.

O importante é que estava vivo. Apalpei meu corpo em busca de ferimentos. Felizmente nada encontrei. Estava intacto e a tese do milagre parecia estar se confirmando.

Esperei por algum tempo, na esperança que aparecesse alguém e pudesse, pelo menos, me dar uma carona até a cidade mais próxima. Precisava comunicar o acidente para dar entrada no seguro, que por sinal não fora barato e agora eu fazia jus a uma reparação.

O farol sobrevivente começou a dar sinais de que também iria morrer, por isso achei melhor continuar o caminho a pé. Havia passado pelo último vilarejo há bastante tempo e julguei que o melhor era seguir em frente. Devo ter andado menos de um quilômetro. Avistei uma estrutura iluminada na beira da estrada e me dirigi até ela. Era uma daquelas paradas de ônibus comuns no interior, com três paredes, um teto e um banco. A luz provinha de uma lâmpada fluorescente rodeada de insetos. Em seu interior, alguém parecia aguardar há bastante tempo.

— Boa noite amigo!

Disse para o jovem encolhido numa das extremidades do banco. Chamou-me a atenção o desalinho de suas roupas, rasgadas em várias partes. Manchas escuras cobriam seu peito e, sob aquela luz fraca, não consegui definir se era sujeira, suor ou algo pior. O braço esquerdo estava torcido numa posição pouco natural. Seu rosto parecia mais achatado de um lado. De um ferimento horrível na cabeça vertia sangue, sem que isso parecesse lhe causar qualquer impressão.

— Noite ruim?

Ele me olhou de alto a baixo com seus olhos vagos e embaçados. Obviamente não se sentia muito bem.

— Pois é. Sofri um acidente agora há pouco.

Até considerei a hipótese de ajudá-lo de alguma forma. Recuei ao lembrar que os fluídos que minavam daquele corpo severamente castigado provavelmente iriam arruinar os punhos da minha camisa de linho. Pensei que se meu carro estivesse em ordem poderia levá-lo a um hospital, desde que fosse possível proteger os bancos revestidos de couro natural.

Vasculhei os bolsos em busca do lenço de cambraia para colocar sobre o banco, antes de sentar. Estavam vazios. Todos eles! Levei a mão à cintura e descobri que meu celular também não estava lá.

 O moço continuava me olhando com estranheza e achei melhor explicar o que fazia:

— Estava procurando o telefone para pedir ajuda, mas não está comigo. Deve ter ficado no carro.

— Não importa - respondeu. - É melhor sentar e aguardar. Vai demorar um pouco até que venham nos buscar.

— Quem? - Pensei comigo.

Até onde sabia ninguém tomara conhecimento do acontecido. Imaginei que ele devia saber de algo, por ser morador do lugar, e segui seu conselho. Sentei a uma distância segura e fiquei mirando o vazio da noite. Cogitava sobre um detalhe perturbador a respeito do meu parceiro. Ele não gemia, apesar da dor que devia estar sentindo. De tempos em tempos podia ouvi-lo suspirar com tristeza. Talvez o golpe na cabeça tivesse afetado uma área relacionada ao sofrimento. Não havia como saber no momento.

Após um período de silêncio desatamos uma conversa comprida, sem pressa, como se fossemos velhos conhecidos. Ele me contou de seu sítio, da família, da dureza do trabalho na roça e do seu medo de deixar desamparados a mulher e os filhos pequenos. Nesse ponto ele me olhou sério. Bom, pelo menos tentou. O olho esquerdo estava fora da órbita e não se mexia. Ele me encarava com o olho bom e eu só conseguia pensar no Marty Feldman, aquele ator de olhos esbugalhados. Talvez por estar distraído não tenha compreendido muito bem essa última parte. Apesar da gravidade dos ferimentos, ele parecia estar bem. Nada indicava que não fosse sobreviver. Aliás, foi nesse ponto que percebi que ele havia ajeitado as roupas e seu aspecto geral era bem melhor. Até o braço parecia estar voltando para sua posição normal.

De minha parte não havia muito o que contar. Na verdade havia, mas era prudente não falar a estranhos sobre os esquemas de lavagem de dinheiro nos quais estava envolvido até o pescoço. Por isso divaguei sobre amenidades. Descrevi algumas das paisagens deslumbrantes dos lugares que conheci em minhas viagens e falei sobre uma casinha na beira do mar. Minha mãe morava lá e, sempre que podia, passava algum tempo com ela. Eram momentos preciosos, onde podia esquecer quem eu era e ser simplesmente o filho de D. Gerusa.

Ele ouvia atento enquanto, não sei explicar por que, seu rosto começava a se recompor. Até o ferimento de onde escorria sangue parecia ter sarado.

Nosso bate-papo foi interrompido pelo ruído de um motor possante. A seguir, avistamos dois faróis que se aproximavam pela estrada. Era um ônibus e vinha em nossa direção.

Ao parar, o motorista abriu a porta e gritou:

— Hora de embarcar. Mostrem seus bilhetes.

Prontamente o rapaz sacou algo branco do bolso, apresentou ao motorista, e entrou.

Pela desenvoltura com que subiu os degraus, percebia-se que estava acostumado a utilizar condução pública. O que não era meu caso. Tentei embarcar em seguida, só que o motorista fechou a porta na minha cara! Comecei a gritar e bater com força. Ele abriu uma fresta e disse em tom de deboche:

— Seu ônibus vem logo em seguida.

— Como assim, meu ônibus? Eu só preciso de uma carona até a próxima cidade para conseguir ajuda.

— Agora é tarde. Não há mais quem possa ajudá-lo.

Disse, fechou a porta e seguiu viagem. Enquanto arrancava pude ver meu parceiro de espera se acomodando num banco junto a janela. Estava limpo, arrumado e com um olhar sereno. Quanto a mim,  fiquei parado no acostamento, sozinho, coberto de poeira e com cara de bobo.

Enquanto voltava para a parada de ônibus, percebi uma nódoa escura no punho direito. 

— Cacete! - Praguejei. 

— Devo ter me sujado de graxa.

Examinei minhas roupas em busca de alguma outra mancha. Percebi que faltava o botão do colarinho. No bolso esquerdo do paletó senti a presença suave do que parecia ser um pedaço de papel. Estranhei, pois tinha certeza que não estava lá na primeira checagem. Um pouco temeroso peguei o objeto e me aproximei da luz para inspecioná-lo na claridade. Era um passe de ônibus, tal e qual aquele que o rapaz apresentara ao motorista antes de embarcar. Só que o meu era vermelho.

Enquanto tentava ler o que estava escrito, ouvi o estrondo de um motor que se aproximava. Uma buzina cortou o silêncio da noite e eu fiquei arrepiado. Seu som era aterrador. Soava como trombetas anunciando a chegada do inferno na Terra. A seguir surgiram dois enormes fachos de luz e já era possível distinguir a silhueta daquilo que o motorista se referira como sendo o "meu ônibus".

Num átimo tudo fez sentido. O acidente ao qual o rapaz se referira fora um atropelamento. O baque que me tirara do torpor do sono deve ter sido o momento em que o atingi em alta velocidade. A seguir o capotamento. A destruição do carro. O estado em que ficara. Era impossível o condutor ter sobrevivido. E o condutor era eu!

As imagens foram se sucedendo numa velocidade cada vez maior: a festa, a vida devassa, as falcatruas, os golpes, traições e toda série de ações que haviam me conduzido até a beira daquela estrada. O tempo do arrependimento passara e desfazer o mal praticado estava fora de cogitação.

Sem alternativas, premido pelo tempo que se esgotava rapidamente, ofuscado pelos faróis do ônibus que já estava próximo demais, fiz a única coisa que me restava fazer. Fugi.

Corri para o interior da escuridão que cercava a estrada. De longe pude ver o ônibus estacionando junto à parada.  Tive medo que me perseguissem e me obrigassem a embarcar. Senti um grande alívio ao vê-lo partir, mas hoje me pergunto se não deveria simplesmente ter aceitado meu destino resignadamente.

Um tanto por não saber o que fazer outro tanto por curiosidade, resolvi voltar ao local do acidente. O dia começava a raiar quando encontrei o que restara do meu carro cercado por alguns moradores, bombeiros e policiais. Havia dois corpos estirados sob uma lona plástica e eu nem precisei olhar para saber de quem eram.

As pessoas passavam por mim sem me notar. Até tentei falar com um senhor que parecia mais consternado que os demais, sem sucesso. Era o pai do rapaz atropelado. Fiquei sabendo disso porque foi ele quem reconheceu a bicicleta que o filho conduzia no momento do acidente. Nervoso, passava a mão pela cabeça enquanto dizia, repetidamente:

— O que será de minha nora e das crianças?

Foi então que entendi a preocupação daquele moço com o desamparo da família. Talvez movido pelos acontecimentos daquela noite, pela cena comovente que se desenrolava a minha frente ou pela atitude da minha vítima, decidi que deveria fazer o possível para reparar meu erro.

Não me pergunte como, mas no instante seguinte eu já estava aqui, cercado por galinhas e outros bichos de fazenda. Um vira-latas que latia em minha direção chamou a atenção da dona da casa, que saiu para o terreiro para ver o que acontecia. Seus olhos estavam vermelhos e profundos. Certamente não dormira esperando pelo marido. Enquanto ela ainda ralhava com o cachorro, viu chegar o sogro trazendo a bicicleta em sua carroça. Nem foi preciso dar a notícia do acidente. A viúva entrou em desespero e desatou a chorar. De lá pra cá tenho "vivido" aqui ajudando no que posso.

Hora da verdade

Enquanto escutava o relato daquela figura esquálida ia entendendo, aos poucos, as razões de seu comportamento. Ao terminar de contar sua história, perguntei:

— Há quanto tempo estás aqui?

— Não sei ao certo, mas não deve ser muito.

Para alguém que tem a eternidade pela frente trinta anos devem parecer minutos ou até segundos.

— E por que tens agredido as pessoas?

— Depois que as crianças desapareceram, estranhos invadiram a propriedade. Estou tentando expulsá-los.

— Elas não despareceram. Elas cresceram e foram embora!

Ele me olhava incrédulo, tentando encaixar em sua realidade de assombração a versão concreta dos fatos.

Chamei Eduardo, que acompanhava tudo perto da porteira. Ele veio ressabiado, sem saber ao certo o que estava acontecendo. Coloquei-o em frente ao fantasma e tentei comprovar o que dizia:

— Olha bem. Esse é o filho mais velho. Ele já é adulto, não precisa mais que cuidem dele. Tua missão terminou. É hora de seguir em frente.

Ele ficou parado por alguns instantes. Parecia tentar enxergar naquele homem feito a criança que, em seu julgamento, ajudara a criar. Com sua mão etérea tateou pela face do primogênito que, ao sentir o toque frio que vinha do vazio, fez menção de recuar.

— Não se mexa! - Sussurrei.

Ao terminar o exame, o fantasma mudou de atitude. Sua cara de assustado ficou repentinamente séria. De seus olhos murchos pareceu brotar um lampejo de lucidez. Olhando diretamente para mim murmurou, imitando meu jeito de falar:

— Tens razão...

Sumiu sem deixar traços. A partir desse dia, cessaram os estranhos acontecimentos que assustavam os novos moradores daquele sítio. Em contrapartida, ninguém mais tem coragem de esperar numa certa parada, onde uma figura desconsolada diz aguardar por um ônibus que já passou.

* * *

Texto selecionado para a antologia Estrada do Medo : contos de terror e suspense, da Kalytek Editora.

Comentários

  1. Com certeza um dos melhores que li aqui no Memento Mori.
    Tanto pela estruturação do texto quanto pela história.
    A ideia de interligar o conto a outro deixa a história mais realista.
    E o final me surpreendeu positivamente, pois esperava algo como no filme "Ghost - Do Outro Lado da Vida".

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    1. Wow! É gratificante quando recebemos um retorno como esse. Muito obrigado! Quanto ao final, ele está em aberto. Correm boatos que o fantasma da parada de ônibus voltará em breve :)

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    2. Seria legal saber mais sobre o fantasma. Uma das coisas que me chama mais atenção no personagem é essa atmosfera melancólica que o rodeia.

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    3. Esse fantasma é realmente um personagem muito interessante. Só não vou falar mais para não dar "spoiler" do que vem por aí ...

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