Sépia
Era inverno e o dia estava lindo, com um céu azul para brigadeiro algum botar defeito. Para Vicente, que acompanhava o sepultamento de Jacinto, um amigo vitimado por um acidente, isso não estava certo. Em sua mente enterros deveriam, obrigatoriamente, ocorrer em dias nublados, de preferência com uma chuva fina a encharcar os casacos dos homens e os chapéus das mulheres. Mas enfim, fazer o quê se o tempo não queria colaborar. A cerimônia já havia terminado e algumas pessoas permaneciam conversando entre si, lamentando a perda tão precoce daquele jovem promissor. Vicente estava chateado, é claro, mas suportara bem o golpe da fatalidade. Regulava em idade com o falecido, do qual era próximo e de quem sentia muita falta. Sorriu de lado ao recordar algumas passagens impublicáveis, todas elas envolvendo rabos de saia, que vivera com o amigo. Enquanto tirava um cisco do olho reparou em algo que chamou sua atenção. Uma lápide de granito bastante antiga, na qual se destacava a fotografia de uma...