O Homem de Branco

Quem transita pelo centro do Rio de Janeiro já deve tê-lo visto. Um homem magro, mais alto que a maioria de nós, sempre calado. Passaria despercebido não fosse por um detalhe. Veste uma longa túnica branca, encimada por uma espécie de turbante. Malgrado sua aparência extravagante, não chama a atenção dos transeuntes, talvez por estarem tão acostumados a sua presença que é como se estivesse incorporado à paisagem. A primeira vez que o vi estava sentado numa pedra, debaixo de uma árvore, próximo a confluência da Av. Marechal Câmara com a Churchil. O sol escaldante dava o tom do típico verão carioca e, aparentemente, ele buscara a sombra para descansar. Eu morava no Rio há alguns meses e gostava de andar a pé para admirar os contornos de uma cidade muito maior do que aquela na qual sou nascido e criado. Perambulava atento a tudo e, talvez por isso, aquela figura desconcertante tenha despertado em mim um vívido interesse. Na ocasião eu estava com pressa. Seguia para o Santos Dumont e prete...