Amor de mãe : o jardim dos condenados

Segunda parte do conto Amor de Mãe - para ler a primeira parte, clique aqui . A permanência de Camila no plano material gerou em mim um profundo sentimento de frustração por não ter conseguido ajudá-la a fazer a passagem. Sabia que a decisão era única e exclusivamente dela, que seus motivos eram plenamente compreensíveis, mas nem isso afastava de mim o desejo de vê-la, finalmente, seguir seu caminho em paz. Mantive uma rotina de visitas regulares ao casarão. A tranquilidade que reinava no ambiente proporcionava uma fuga da vida agitada e das constantes solicitações de ajuda. Antes de ir embora, D. Helena preparava um café com bolinhos, servido na mesa da cozinha. Por vezes Camila surgia e ficava observando os mortais conversando sobre trivialidades cotidianas. Ela achava graça de novidades que não chegara a conhecer, como telefonia celular, internet e sinal de wi-fi. No comecinho do inverno recebi uma mensagem de uma amiga que estava na região serrana do Rio de Janeiro. Ela exercia um...