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Mostrando postagens de dezembro, 2020
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Via de regra a arte tumular se pauta pela representação da dor, da saudade e da tristeza como forma de transmitir os sentimentos dos que ficam em relação aos que partem dessa vida para a melhor. Nesse sentido, entendemos que o artista foi particularmente feliz - se é que se pode utilizar essa palavra nesse contexto - ao esculpir essa figura que adorna um monumento funerário no Cemitério Municipal de Bananal, no interior de São Paulo. Detalhe de um monumento fúnebre em Bananal - SP A delicadez dos traços da jovem, seu semblante melancólico e sua postura quase relaxada nos remetem com maestria ao sentimento pungente de quem sofreu uma grande perda. Para ver essa e outras imagens de arte tumular visite nosso perfil no Instagram:  Memento Mori Brasil

O estranho caso da velha que explodiu

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O Amazonas é lugar de vastas florestas e grandes mistérios. Já estivemos por lá algumas vezes e sempre voltamos com histórias para contar.  A de hoje já foi publicada noutro blog que administro, mas é tão estapafúrdia que merece ser contada novamente. Prometo aumentar um ponto e continuar aumentando sempre que repetir o conto. Deixemos os rodeios de lado para irmos direto ao causo, recolhido numa mesa de bar entre um copo de cerveja e meia dúzia de outros. Dizia o sujeito do outro lado da mesa que há muito tempo viveu lá pros lados de Varre Vento o Caboclo Chicotada. De origem incerta - alguns dizem que ele era filho de boto e outros de cobra - o certo é que era um mateiro valente, hábil no uso do tessada (facão), versado nas artes da mandinga e capaz de enfrentar qualquer misura (assombração) sem pestanejar. Certa feita estava o Caboclo Chicotada em Manaus, negociando uma partida de pirarucu salgado que trouxera para vender na capital, quando soube que uma velha senhora, sua conte...

A presença da solidão

Esse causo é mais recente. Aconteceu comigo quando morava num apartamento localizado no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Isso lá pelos idos de 2010 se não estou enganado. Se você veio até esse blog e está lendo essa matéria, presumo que aceite a existência de um mundo sobrenatural e de pessoas sensitivas, mesmo que em diferentes graus. Pois então. Saibam todos que eu tenho uma certa sensibilidade à presença de desencarnados. Não vejo coisas, mas é comum estar em algum lugar e de repente sentir a presença de alguém, que fisicamente não está ali. Já morava nesse apartamento tempo suficiente para saber porque o aluguel havia sido tão em conta. O lugar era um ponto de passagem de almas como eu nunca havia sentido antes! As sensações eram tão nítidas que eu podia escutar claramente passinhos de criança correndo pelo corredor - sendo que eu morava sozinho nessa época - bem como a "movimentação" do pessoal pela casa. Certa noite estava eu curtindo um filme na TV quand...

Ouro Preto

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A caveira com os ossos cruzados é um alerta com diferentes significados, de acordo com o contexto em que é utilizado: pode significar veneno, perigo, é o símbolo dos piratas e assim por diante. Portão do cemitério São Francisco de Assis, em Ouro Preto No âmbito da arte tumular é um "memento mori" por excelência. Tanto indica que se trata de um local de descanso eterno quanto convida os visitantes a refletirem sobre a sua própria transitoriedade na terra. A imagem foi obtida durante uma visita que fizemos a Igreja de São Franciso em novembro de 2014. Para ver essa e outras imagens de arte tumular visite nosso perfil no Instagram:  Memento Mori Brasil

O Ceifador de Almas

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O Ceifador de Almas   Essa impressionante estátua é parte de um mausoléu localizado no Cementerio Central de Montevido,  no Uruguai. É uma das inúmeras formas de retratar a morte, que vem recolher as almas dos falecidos para conduzi-las ao descanso eterno. O registro é de outubro de 2016, durante nossa passagem pela capital uruguaia. Para ver essa e outras imagens de arte tumular visite nosso perfil no Instagram:  Memento Mori Brasil

Susto no cemitério não assombrado

Para dar início aos causos que irão povoar as telas desse blog, selecionei uma história verídica, ocorrida na década de 70 do século passado. Antes de mais nada é preciso dizer que já fomos católicos apostólicos romanos devotos - inclusive fomos coroinha. Isso para explicar porque nessa ocasião estávamos numa antiga casa de retiro, localizada na zona rural da Grande Porto Alegre. Nessa época era comum reunir grupos de jovens durante um final de semana para meditar e receber orientação espiritual num local afastado. Essa casa em particular pertencia a uma ordem religiosa e ficava numa enorme propriedade, cercada por um jardim e relativamente isolada, oferecendo o silêncio e recolhimento que a ocasião ensejava. É preciso dizer que nessa época ela abrigava também um retiro para os membros idosos da fraternidade, que ali viviam em paz seus últimos momentos antes de se juntar ao Criador. Eu já conhecia o lugar e até tinha meus recantos favoritos, mas dessa vez um dos monitores - sabe-se lá ...

Todo fim tem um começo

Com o passar do tempo as coisas vão ficando mais claras e menos importantes.  Por exemplo: gosto de viajar, fotografar, visitar cemitérios e contar histórias desde muito jovem, mas diversas vezes deixei de publicar meus trabalhos por achar seu conteúdo fraco ou desinteressante. Agora, quando as juntas começam a se manifestar, o medo do julgamento alheio se torna irrelevante na medida em que começo a perceber o valor daquilo que tenho a oferecer. Sei que é valioso, principalmente se comparado com a média do que vem inundando as mídias sociais ultimamente. Se outros podem falar o que pensam - ou do que gostam - porque não eu, não é mesmo? Então, por fim, resolvi colocar em prática esse velho projeto. E a guisa de explicação, completo dizendo que vivemos a um passo da eternidade. Não por acaso o blog se chama Memento Mori , uma expressão latina criada justamente para lembrar aos homens o quanto são mortais e que é preciso agir enquanto há tempo. Ao gastar sola viajando por esse mundão...